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Países mais Racistas da Europa

Muita gente chega até meu blog procurando saber quais são os países mais racistas da Europa, se vão sofrer racismo viajando pelos países da Europa, se as pessoas vão olhar torto para elas por serem negras, e inclusive já me perguntaram se elas conseguiriam passar na imigração.

A boa notícia é que se você mora no Brasil, você já sofre com o racismo todos os dias e dificilmente passará por algo pior que o racismo no nosso país que é estrutural e que mata negros todos os dias.

Como viajante negro na Europa eu já tive tanto boas experiências como ruins, a maioria foram boas mas não dá para fechar os olhos e dizer que viajar é tudo de bom, visitar um país estrangeiro quando você é uma minoria pode trazer preocupações e medos que outras pessoas não tem.

Eu fiz um post recentemente sobre os melhores países para viajar sendo negro, e esse post aqui é o reverso da moeda, apenas relatarei situações desagradáveis de racismo que vivi em viagens pela Europa.

Essa lista dos países mais racistas da Europa está classificada de acordo com a minha experiência, quero também ouvir a experiência de outros viajantes negros como eu.

A má notícia é que o racismo existe em toda parte e em alguns lugares é de forma mais branda, em outros você vai poder ver na cara e nos olhares das pessoas que você não é bem vindo ali. Sim, já tive experiências bem dolorosas viajando pela Europa.

Eu sempre tento lembrar que não há nada de errado com a cor da minha pele, meu cabelo ou traços, mas muitas vezes não tem como evitar que essas experiências ruins tragam algum sofrimento nem que seja momentâneo.

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A questão do racismo na Europa e do crescimento da extrema direita as vezes me impede de ir a certos países sozinha, uma coisa que meus amigos viajantes brancos não entendem é que a cor da minha pele me faz desistir de ir para um destino sozinha, já que além de segurança em geral eu ainda me preocupo com a minha segurança em tanto que pessoa negra, para quem acha exagero basta procurar os números dos crimes de ódio e ver como eles aumentaram nos últimos dois anos na Europa.

Faz 9 anos que moro na Europa e conheço mais de 30 países na Europa e embora a maioria das minhas experiências tenham sido boas, também tive péssimas experiências sendo uma turista negra em alguns lugares.

Países mais Racistas da Europa : Meu Top 5

Finlândia

Eu realmente coloquei essa lista por ordem de importância, e na minha experiência a Finlândia é o pior país para viajar sendo negro porquê eu sofri dois ataques racistas em 48h na minha segunda vez visitando o país, e não pretendo voltar sozinha para lá.

Estou generalizando? Não, conheci finlandeses legais e muitos ficam envergonhados quando conto o que passei por lá, mas não tem como eu recomendar a Finlândia e Helsinque em especial para um viajante negro se a minha experiência por lá como turista negra foi a pior possível, né?

A Finlândia encabeça minha lista de países mais racistas da Europa porquê foi o único lugar que temi pela minha integridade física, senti muito medo e pensei que fosse virar mais uma estatística dos crimes de ódio que tem voltado com força.

Letônia

Outra experiência bem desagradável que eu tive, Riga foi a última parada de uma viagem que fiz pela Europa do Norte alguns anos atrás e não guardo boas recordações do meu pouco contato com os locais, não poderia dizer que os letões são o povo mais aberto do mundo.

Do momento que cheguei a Riga até o momento que fui embora se resumiu a pessoas me olhando. Não eram olhares de supresa ou de curiosidade, era um olhar duro, de desprezo, raiva, acho que só faltaram mesmo dizer que eu não era bem vinda por lá.

Eu achei Riga bem legal como cidade, mas no meu pouco tempo por lá eu achei que a Letônia não é exatamente um lugar onde negros podem se sentir a vontade. Eu não me senti, e acho Riga uma cidade nada acolhedora, principalmente em se tratando de minoria.

Já no aeroporto, quando eu achei que finalmente tinha acabado, a coisa foi se tornando insuportável até o ponto de eu chegar e ter que perguntar “Algum problema?” Pela cara de poucos amigos com que fui olhada, eu tenho certeza que sim, essa pessoa tinha algum problema.

República Tcheca

Praga foi a primeira cidade que eu tenho lembrança de ter vistos olhares duros para mim, foi também a minha primeira experiência num país da Europa Central/Leste e também um dos primeiros momentos onde eu passei dias sem ver nenhuma pessoa negra ao redor.

Nas ruas de Praga pessoas viravam o pescoço para me olhar, vagões de metrô inteiros me olhavam fixamente, e quando eu peguei o bonde até uma parte não turística da cidade, eu meio que virei a atração local por meia hora aproximadamente.

Me lembro de uma senhorinha no metrô, ela me olhava fixamente durante minutos. Eu deduzi que pela idade, ela viveu debaixo de uma Praga extremamente fechada, e provavelmente nunca tivesse visto uma pessoa negra. Eu até consigo entender, mas o olhar dela era extremamente desagradável e comecei a olhar de volta.

Pessoas de todas as idades me olhavam, algumas com cara nada agradável e olhar de racismo mesmo, era a primeira vez que sentia olhares que misturavam racismo e desprezo de forma tão escancarada. Anos depois eu estive em Brno, segunda maior cidade da República Tcheca e apesar de alguns olhares, foi algo mais tranquilo.

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Leia também : Cidades negras na Europa para conhecer

Hungria

No ano seguinta a minha viagem para Praga, eu fui para a Hungria e passei alguns dias em Budapeste. Por vezes minhas lembranças de Praga e Budapeste se confundem, não apenas pelas igrejas e o rio que corta a cidade, mas também pela falta de negros nas ruas e a maneira rude que os locais me olhavam.

Eu comentei no post sobre como é ser uma turista negra na Holanda que um dos fatores que me faz saber se uma viagem vai ser tranquila ou não é como certo país se posiciona frente a minorias. Nesse quesito a Hungria está entre os países mais racistas da Europa, e não é raro ler sobre atrocidades contra ciganos e refugiado na Hungria.

O “engraçado” é que as mulheres húngaras usavam muita maquiagem e produtos bronzeantes, MUITO! E nem todas ficavam laranjas ou cor de telha, algumas chegavam a ficar realmente escuras, porquê aconteceu de eu ver uma mulher de longe e achar que ela era negra, ou pelo menos bem morena.

Croácia e Polônia

Na verdade eu anunciei o post com cinco países mais racistas da Europa e coloquei seis, porquê não consegui me decidir entre o quinto e os dois países eu tive experiência bem parecidas no sentido de em algumas cidades ser bem tranquilo e em outras cidades as pessoas me olharem com insistência.

Vou começar falando da Polônia, país que eu adoro e já fui várias vezes, conheço Varsóvia, Cracóvia e Gdansk e mesmo adorando o país eu não posso dizer que tudo são flores por lá, encontrei muita gente legal e achei os poloneses muito mais simpáticos e gentis do que eu imaginava.

Em Gdansk em especial as pessoas me olhavam bastante, a ponto de incomodar. Enquanto estava nas ruas principais foi mais tranquilo porquê a cidade basicamente tem três ruas turísticas, mas qualquer lugar além disso que eu fui eu era olhada de cima a baixo o tempo todo e foi uma experiência bem desagradável.

Em geral quando um viajante negro me pergunta sobre a Polônia, eu sempre conto duas experiências bem diferentes, porquê mesmo tendo sido difícil em Gdansk, eu guardo uma boa lembrança de Cracóvia, quando as pessoas tentavam o tempo todo me ajudar, mesmo as que mal falavam inglês. Foi também no trem de Cracóvia para Varsóvia que encontrei várias pessoas legais e que me fizeram ter uma excelente impressão dos poloneses.

Croácia

A Croácia assim como a Polônia entrou aqui na última posição, eu fiquei na dúvida se colocaria aqui nesse post sobre países mais racistas da Europa porquê assim como a Polônia, eu tive uma experiência diferente em diferentes cidades da Croácia. Eu estive em Zagreb, Split e nos Lagos Plitvice e minha impressão sobre as pessoas não foi igual em todas as cidades.

Eu cheguei na Croácia por Zagreb, uma cidade que tinha muita vontade de conhecer, sabe aqueles lugares que você ouviu em alguma aula de Geografia no passado e te marcou? Zagreb era um desses lugares e eu estava bem feliz de finalmente poder ver essa cidade com os meus próprios olhos.

Eu comecei a minha viagem na Croácia por Zagreb, e mesmo sendo a maior cidade do país eu passei por alguns momentos onde as pessoas olhavam para mim um pouco demais, ou que não me atendiam (mas atendiam outra pessoa branca) e alguns pequenos atos de racismo que vivemos no dia a dia.

Já em Split e nos Lagos Plitvice foi tudo bem diferente, e voltei com uma melhor impressão da Croácia, o que me fez colocar o país no último lugar aqui dos países mais racistas da Europa, dividindo o lugar com a Polônia.

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