Por ser uma das poucas blogueiras negras, eu tenho recebido com alguma frequência perguntas sobre racismo x viagens, algumas pessoas preocupadas se o povo x é racista, se serão bem vindas no país Y, e coisas do tipo. A preocupação é principalmente em relação a países menos explorados e que levam fama de serem racistas como é o Japão e alguns países escandinavos.
Quando escrevi sobre minha experiência de ser negra no Japão, eu percebi que muita gente tinha muita curiosidade para saber se fui discriminada, e muitos leitores negros acharam uma boa ideia eu contar em alguns posts como foi a minha experiência em x lugar, principalmente os lugares menos batidos.
Eu vou começar falando que com o Brexit, aumentou a quantidade de crimes de ódio aqui em Londres, eu estou um tanto preocupada, mas isso geralmente é algo que me preocupa no dia a dia, e um pouco menos durante as viagens, mas ainda assim me preocupa muito.
A relação racismo x viagem é algo que nunca passa pela mente de uma pessoa branca, mas é algo que nós negros sempre nos preocupamos, um viajante negro sempre tem dúvida e receios se sofrerá racismo em certos lugares e em alguns casos até troca de destino.
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Desde a minha primeira vez em Helsinque, fiquei surpresa ao ver muitos estrangeiros, muitos negros também, claro que não é como Londres, mas achei a cidade muito mais cosmopolita do que eu poderia imaginar, e na mesma ocasião conversei com um africano sobre o assunto, ele morava em Helsinque e me contou que também pensava que teria problemas, mas que sempre foi muito bem tratado no país.
Recentemente estive em Helsinque pela segunda vez, e já no primeiro dia quando disse que ia a Helsinque, recebi umas duas perguntas de gente dizendo que tinha vontade de ir, mas que tinha ouvido falar que os finlandeses são racistas. Então nesse momento, eu decidi fazer um post para contar a minha experiência na cidade, do ponto de vista de uma turista negra, mas eu não fazia ideia do que estava por vir.
Eu dei uma entrevista para o rádio em Helsinque, contando sobre o projeto #HelsinkiSecret e uma das últimas perguntas era justamente sobre racismo e viagens, como eu tinha sido a primeira blogueira negra a ser entrevistada, eles acharam pertinente falar sobre, e eu sou do ponto de vista que a gente precisa sim falar sobre isso!
Até então, nunca tinha sofrido nada de muito espetacular, claro que eu entendo que eu tenho um físico diferente e bem “exótico” em alguns países, e entendo também que alguns países foram extremamente fechados durante anos, e que tiveram pouco contato com o mundo exterior, e tem poucos imigrantes como é o caso de alguns países da Europa Central e Leste por exemplo. Então receber muitos olhares eu já estou “acostumada”, e só me incomoda quando a pessoa encara demais, ou repetidamente.
Eu passei a fazer uma correlação com os estrangeiros brancos no Brasil, as pessoas olham muito para eles porquê são diferentes e suscita curiosidade. No geral, quando a pessoa olha demais, eu também começo a encarar ela, geralmente a pessoa percebe que está sendo inconveniente (para não dizer mal educada) e para de olhar.
Racismo em Helsinque parte 1
Dessa vez, em Helsinque a coisa foi diferente, eu ouvi insultos racistas! Eu contei no snapchat que tinha ficado doente, tinha ido para clínica e quando saio da clínica, acompanhada de uma amiga e andando bem no centro de Helsinque, uma homem vira para mim e me diz uma palavra que eu entendi como “alaina” pelo tom de voz dele, eu tinha quase certeza que foi um insulto, mas eu não falo finlandês.
No mesmo segundo, eu mando uma mensagem de voz para uma amiga que mora na Finlândia, e eu comentei que ou ele me chamou de “gostosa” ou que ele me insultou, e que tinha sido direcionado para mim, já que ele virou e olhou para mim. Poucos segundos depois, a minha amiga me responde que provavelmente a palavra citada foi “alainen” que quer dizer serviçal.
Foi a primeira vez que fui insultada, infelizmente já havia sentido o peso do preconceito outras vezes, aquele preconceito velado corriqueiro, mas dessa vez foi diferente, ele gritou, e gritou para mim, não para mim e minha amiga, para mim! Ele virou a cabeça e olhou nos meus olhos enquanto vomitava o seu racismo.
Claro que eu fiquei mal com o episódio, mas terminei com mais pena do homem, não é fácil ser idiota a ponto de achar que a cor da minha pele faz de mim inferior, imagina ter uma mente idiota a esse ponto e ter que viver com isso todos os dias?
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Além de, fisicamente quando eu lembro da cara dele, eu acredito que ele seja uma dessas pessoas “punidas pela vida” e, enquanto comentava sobre isso com minha amiga, a gente disse “Vai ter preta lacrando na Finlândia sim! E se reclamar, vai ter mais”!
Mais um ataque racista em Helsinque
O segundo episódio aconteceu menos de 48h depois, sim, não bastou um ato racista, eu precisava viver um segundo na mesma viagem. Estava eu e minha amiga no terminal de ônibus que fica do lado de fora da estação central, em Helsinque (bem no centro da cidade) quando um senhor começou a me olhar.
Como já disse, estou acostumada a olhares de curiosidade, e geralmente eu olho até a pessoa se tocar que ela está sendo inconveniente, mas dessa vez o senhor não parava de olhar, e eu pude ver o ódio nos olhos dele. Eu insisti em encarar, afinal a errada não era eu, eu não havia feito nada de errado, estava apenas turistando na cidade, e naquele momento estava esperando o ônibus.
Foi um momento bem tenso, minha amiga inclusive temeu pela minha integridade física, e me pediu para a gente sair dali, porquê mesmo ela pode perceber o olhar de ódio nos olhos dele, e mais uma vez, era direcionado apenas para mim, a negra!
Eu tremia, mas não quis demonstrar medo, até que ele colocou a mão dentro do blazer como se fosse sacar uma arma, naquele momento eu não consegui pensar em outra coisa além de que ele iria atirar em mim, e eu seria mais uma vítima fatal do racismo.
Eu sai do terminal de ônibus, em pânico! Estava tremendo e levei algum tempo até me acalmar, fisicamente ele parecia um neonazista, e tive muito medo de não sair viva daquele encontro, ou de sofrer violência e aumentar os números dos crimes de ódio.
Não, eu não interpretei errado, nos dois casos, o que mais me impressionou é que apesar de eu estar com minha amiga, os ataques eram direcionados a mim, que diferente dela, sou negra. E nos dois casos, a minha amiga confirmou que não era algo geral para nós duas, e sim direcionado a mim.
Para finalizar, finlandeses são racistas?
Eu acho que todos os finlandeses são racistas? Não! Mas também precisava contar o que aconteceu comigo nas ruas de Helsinque. Eu odeio os finlandeses? Não! Foram até bem simpáticos comigo, mas mais uma vez eu precisava contar o que aconteceu, afinal a minha visita a Helsinque esteve longe de ser apenas flores. Eu acho que os negros devem evitar de ir a Finlândia? De jeito nenhum! Eu voltaria a Helsinque? Sim, mas não sozinha, o segundo episódio me deixou com muito medo, e como os números de crime de ódio vem crescendo em toda Europa, eu mesmo sendo defensora de viajar sozinha, não arriscaria porquê em alguns momentos me senti insegura na cidade.
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