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Imigração em Copenhague : O Dia em que Fui Parada

Na quinta-feira embarquei para Copenhague, na saída do avião alguns flocos de neve tímidos nos recepcionaram como que para me lembrar que eu estava na Escandinávia em pleno inverno.

Logo depois fiz a fila da imigração em Copenhague, quando chegou a minha vez entreguei meu passaporte azulzinho e passei sem problemas (por ser residente de um país europeu eles nunca me pediram comprovante de nada na imigração) e caminhei em direção a saída.
Já quase na saída, na alfândega passei na parte do “nada a declarar” e haviam dois policiais na porta, e quando estava passando um dos policiais me diz algo em dinamarquês que eu não entendo, digo a ele que eu não sei falar dinamarquês dando aí início aos meus primeiros 15 minutos de suplício na imigração em Copenhague.

Imigração em Copenhague : Minha experiência

Não adianta pensar em manter a calma, lembrar que você não fez nada de errado porquê na hora o nervosismo bate, meu inglês quase não saia, e ele me fez muitas perguntas, começou perguntando de onde eu estava vindo, eu expliquei que vinha de Londres, ele me pediu para ver reservas e começou a me perguntar por quê eu tinha escolhido ir para Dinamarca, eu fui sincera disse que eu gostava de viajar, que não conhecia o país e que aproveitei uma promoção da Easyjet.

Perguntas na imigração em Copenhague

Ele me fez muitas perguntas e senti que o fato de eu ter muitos carimbos no passaporte foi um aspecto negativo. Meus carimbos que para mim são motivos de orgulho e felicidade jogaram contra mim, afinal uma mulher que viaja muito pode ser uma mula de drogas, ou apenas uma pessoa que gosta de viajar não é?
O policial fez muitas perguntas, e desconfiava de tudo, inclusive perguntou porque meu email era .fr se eu era uma brasileira que morava na Inglaterra, eu apenas disse que morei 4 anos na França.
Depois ele perguntou novamente praticamente as mesmas coisas certamente esperando para ver se eu entrava em contradição, mas como falei a verdade não tinha problema.
Ele perguntou se poderia olhar minha mochila, eu disse que sim e então eu perguntei se eu havia feito algo de errado, ele me diz que ele procurava pessoas que traziam drogas para vender, que se eu até fosse usuária, tudo bem mas ele procurava quem vende.
Fiquei mais nervosa e disse a ele que ele estava me deixando nervosa e ele respondeu que se eu não tinha nada de errado então não precisava ficar nervosa. Me perguntou se eu faria um teste que acusava presença de drogas no organismo e como eu não tinha nada a temer eu disse que faria sim, mas ele estava apenas “jogando o verde” porquê quando disse que aceitava fazer o teste ele não prosseguiu com a ideia.
Depois de conferir toda a minha mochila (prestando uma atenção especial aos remédios) ele me disse que estava tudo ok, e perguntou se eu queria que ele colocasse tudo de volta na mochila ou se eu preferia fazer sozinha, eu disse que fazia sozinha e enfiei tudo na mochila para sair dali o mais rápido possível. Antes mesmo de eu ir embora eles pararam outro rapaz para o mesmo interrogatório.
Já no hostel, falei do episódio com alguns amigos, alguns acusaram a Dinamarca de racista, e que só me pararam porquê eu era negra, mas o rapaz que foi parado depois de mim era loiro de olhos claros, eu acredito mesmo é que cheguei numa época em que eles estavam procurando por algo ou por alguém, e eu por ser uma mulher jovem viajando desacompanhada ( o outro rapaz que foi parado também viajava sozinho ) e segundo um conhecido o fato de eu viajar sempre não ajuda já que pessoas que vendem drogas em outros países viajam a cada 2 meses ou de mês em mês, fazendo viagens mais curtas como eu sempre faço.
Outros insinuaram que talvez eu estivesse arrumada demais, mas eu estava com um vestido de lã preto, leggings pretas, botas e um casacão de inverno, mais normal impossível! A única coisa “diferente” da minha roupa é que eu segurava na mão as luvas e o gorro já que nos corredores do aeroporto o aquecimento estava a mil.
Estava no lugar errado e na hora errada, e apesar do pânico na hora, em nenhum momento os policiais dinamarqueses foram rudes comigo.
O policial foi firme mas sem ser grosseiro ou insinuar algo, não sei exatamente quanto tempo isso durou eu acredito que em torno de 15 minutos (que pareceram um dia inteiro) mas apesar de tudo voltei com uma imagem positiva da Dinamarca.

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